segunda-feira, 22 de março de 2010

Compartilhando um roteiro para Formação Continuada

Nos anos de 1997 a 2005 participei do Grupo de Estudos, Pesquisas e Ações Pedagógicas, do Centro de Vivências Educativas OfinArtes. O mesmo é um grupo interdisciplinar e se reúne semanalmente para a realização de seminários, elaboração de projetos de pesquisa, planejamento de eventos e cursos e realização de eventos abertos à comunidade local.

No tempo em que estive nesse grupo aprendi muito sobre educação e pedagogia e uma das coisas que mais me chamava a atenção era a proposta de estrutura para a realização dos cursos de formação continuada, criada pela própria OfinArtes. São referenciais para esta proposta o método ver, julgar, agir, avaliar e celebrar, a teoria da complexidade e o planejamento participativo.

Quando elaborávamos uma proposta de curso ou evento, nos reuníamos para estudar temáticas dos mesmos e as demandas do público-alvo, pesquisar recursos e finalmente planejar. Todos os encontros eram estruturados a partir dos seguintes momentos: aquecimento, reflexão, vivência, sistematização, avaliação e referências. Descrevemos cada momento logo em seguida.

Aquecimento
Consta de uma atividade que:
+ Desperte o interesse do grupo em relação ao tema da oficina de atualização;
+ Possa trabalhar com os conhecimentos prévios a respeito;
+ Funcione como uma espécie de introdução ao tema da oficina.
Geralmente, a dinâmica de grupo é utilizada nesse momento, devendo ser projetada com criatividade e coerência.

Reflexão
É o momento em que os facilitadores expõem o referencial teórico para o tema da oficina. Nele, os conhecimentos prévios trabalhados no aquecimento poderão ser retomados, o que pode surtir um efeito positivo entre os participantes, porque suas idéias são valorizadas e, a partir delas, são acrescentadas novas reflexões.

Vivência
A vivência é sempre uma atividade prática, respaldada nos conhecimentos prévios e na reflexão proposta pelos facilitadores. Pode acontecer a partir de atividades que proponham empenho individual ou coletivo.

Sistematização
Os participantes do curso já passaram pelo aquecimento, já tiveram um momento de aprofundamento por meio da reflexão e puderam relacionar teoria e prática por meio da vivência. Com base em todas estas etapas vivenciadas, os facilitadores irão sugerir uma apreciação escrita ou oral, que pode ser desenvolvida de maneira individual ou coletiva. Tais sistematizações poderão ser socializadas em plenário.
No plenário, facilitadores e participantes dialogam sobre o tema da oficina, partilhando as sistematizações, solucionando dúvidas, fazendo os ajustes necessários, dentre outros.

Avaliação
Os facilitadores apresentam e desenvolvem uma proposta de avaliação do curso/oficina.
Antes do de qualquer curso/oficina, o grupo sempre realizava breve exposição, ao público, da proposta de trabalho elaborada pelos facilitadores. Para isso, cada participante recebia uma cópia do Plano de Trabalho. Neste momento acontecia também a apresentação dos facilitadores e dos participantes.

Durante a oficina procurava-se anotar síntese das contribuições dadas pelos facilitadores e pelos participantes. A OfinArtes, ao promover um curso, recomendava execução do mesmo por pelo menos dois facilitadores. Assim, enquanto um estava desenvolvendo uma atividade junto ao grupo de participantes, o outro podia realizar as anotações que serviriam para a elaboração do relatório final do curso.

Este relatório era entregue eventualmente aos participantes dos curso, via instituição que a promovia. Para a OfinArtes, além de dar um retorno aos interessados, era um registro histórico de tudo o que havia acontecido, servindo como fonte de consulta para eventuais trabalhos. Por exemplo: quando os facilitadores eram convocados para dar continuidade ao trabalho junto a um mesmo grupo, podiam resgatar facilmente o que foi trabalhado e propor novas vivências, reflexões e sistematizações.

Breves considerações
Poder compartilhar com vocês esta experiência e proposta pedagógica é uma alegria para mim. Tenho pela OfinArtes profunda gratidão, especialmente por ela ter me estimulado ao compromisso com a Educação. Essa iniciativa de compartilhar idéias, por exemplo, aprendi especialmente com Socorro Sousa e Tânia, idealizadoras da instituição.
Tenho em mente que boas idéias devem ser sempre compartilhadas e esta proposta para realização de curso precisa ter visibilidade uma vez que procura aliar teoria e prática. 

Conheça uma pouco mais a OfinArtes (Link)

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