sábado, 11 de fevereiro de 2017

CARTA DE RAQUEL DE QUEIRÓZ

O mundo parece que só não progride mais rapidamente porque há, em muitas criaturas, um invisível desencanto de aprender. De aprender mais continuamente, de aprender sempre.
Em geral, atingido um limite de conhecimento indispensável a certas garantias, o indivíduo instala-se nele, e deixa correr o tempo, sem se preocupar com a renovação constante das coisas. São esses, na verdade, os que se surpreendem quando, certo dia, encontram circunstâncias diversas a atender. Pensaram que tinham formado um mundo inalterável e lhes bastava ir até o fim nessa cômoda rotina.
Mas, em alguns casos, não possuem, sequer, uma limpidez de vistas suficiente para aceitarem a certeza dessa renovação. Obstinam-se em pensar quem têm a verdade consigo. E não somente em pensar, mas em dizer.
Ora, quem é dono de uma verdade atingiu, decerto, um grau de superioridade inexcedível. Quem possui uma verdade não se vai agora modificar em atenção a nada e a ninguém. É todo-poderoso e perfeito.
Assim, os rotineiros pacíficos, viciados na imobilidade das ideias, e os rotineiros pretensiosos, impregnados da convicção de uma sabedoria insuperável, constituem duas fileiras imensas, entre as quais passam a custo, e com uma impressionante coragem, os que se acostumaram a pôr sobre todas as coisas uma claridade sem enganos, e conquistaram o gosto de atingir cada dia um ponto mais alto para o seu destino.
Esse gosto provém da humildade persistente de aprender.
A cada instante há na vida um novo conhecimento a encontrar, uma nova lição despertando, uma situação nova, que se deve resolver.
Entre os inertes e os que não dão por isso ou não podem assumir nenhuma atitude, e os presumidos que, imperturbavelmente, deixam cair o seu orgulho e o seu tédio sobre os mais contraditórios acontecimentos, aqueles que, afinal, constroem alguma coisa no mundo organizam suas atividades para vencer a experiência que se lhes apresenta.
Vencem-na pela inteligência com que a aceitam, pelos poderes com que a compreendem, pela interpretação e o estímulo que a seu respeito são capazes de formular.
Tudo isso é aprender. E aprender é sempre adquirir uma força para outras vitórias na sucessão interminável da vida.
Os adultos aconselham frequentemente às crianças a vantagem de aprender, vantagem que tão pouco conhecem e que assim mesmo dificilmente seriam capazes de seguir.
Pode ser que um dia cheguem a mudar muito, e deem tais. conselhos a si mesmos.
Daí por diante, o mundo começará a ficar melhor.

Rio de Janeiro, Diário de Notícias. 10 de dezembro de 1932


Referência
AZEVEDO, Leodegário Amarante de. Cecília Meireles: Crônicas da Educação. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

Plano de ação pedagógica: O que é?


A inserção no campo de observação é um momento em que podemos conhecer o real espaço de atuação do educador. Como afirmamos anteriormente, é oportunidade sem igual para que o estudante perceba como funciona a relação teoria e prática, conheça a realidade escolar e seus principais desafios. Mas para tornar essa vivência um momento de rico de formação o estudante precisa sistematizar, sob a orientação do professor da disciplina Pesquisa e prática pedagógica, seu plano de ação pedagógica. Ele é o primeiro subsídio a ser elaborado pelo estudante antes de entrar em campo. No que resultará um trabalho de campo sem o devido planejamento? Sem ter clareza quanto aos objetivos? Sem saber o que irá realizar e quando?

O plano de estágio é um instrumento que permite a transparência sobre as funções, responsabilidades atribuídas durante o trabalho de campo. Nele, o estudante informa tudo o que realizará durante sua presença no campo. Procuremos, portanto, conhecer os componentes desse plano: identificação, justificativa, objetivos, caracterização da atividade de campo, fundamentação teórica, metodologia e atividades previstas, cronograma estratégias de avaliação e referências.

A identificação reunirá informações tais como: nome do estudante, número de matrícula, nome do curso, nome do professor orientador, nome do supervisor na unidade onde a atividade de campo será realizada, carga horária da atividade de campo, data de início e término da atividade.

Na justificativa se apresentam as razões para a realização da atividade de campo, refletindo sobre o significado dessa vivência para a formação acadêmica e profissional.

Os objetivos estão diretamente relacionados às atividades dispostas na caracterização da atividade de campo. Neles o estudante define suas metas ao realizar a atividade de campo.

A caracterização da atividade de campo compreende a relação das competências a serem desenvolvidas pelo estudante durante a atividade de campo, tais como: análise do contexto da instituição escolhida; apanhado de dados do cotidiano escolar como questões disciplinares, relação aluno-professor, metodologia de ensino, processos de avaliação, arquitetura escolar, dentre outros; observação do dia a dia da gestão, dando suporte a atividades específicas; levantamento de problemas enfrentados pela escola, especialmente que interferem no processo de aprendizagem; elaboração de plano de intervenção.

Na fundamentação teórica o estudante mencionará os conceitos e respectivos autores que servirão como referência durante a realização da atividade de campo. Os referenciais permitem uma leitura mais crítica da realidade. No diálogo com eles podemos adquirir a habilidade de perceber as nuances dos problemas que forem identificados no ambiente educacional, realizar leitura crítica e vislumbrar possíveis meios de superação.

A metodologia é delineada pelo estudante como meio para alcançar os objetivos propostos. Nesse sentido, visando a coleta de dados, o estudante poderá realizar entrevistas com integrantes do ambiente escolar, realizar visitas programadas às dependências do ambiente escolar, realizar atividade de observação do ambiente físico, das ações de gestão, docentes e eventos educacionais, analisar o projeto político pedagógico, regimento da escola e planos de ensino e de aula, dentre outros.

No cronograma o estudante relaciona as atividades a serem desenvolvidas, atrelando-as ao tempo em que serão realizadas.

Em estratégias de avaliação o estudante descreverá como se dará a avaliação de sua atividade de campo. Alguns itens podem ser considerados, tais como: frequência, realização satisfatória das atividades previstas; entrega do relatório final da atividade de campo.

O último item do plano de ação é a referência, que compreende o conjunto de informações das fontes que serão utilizadas como fundamentação teórica para a vivência.

O plano de ação será desenvolvido pelo estudante com a aprovação do professor orientador. Durante a atividade de campo, o estudante manterá diálogo permanente com o professor orientador, discutindo aspectos do plano, pontos positivos e dificuldades que por ventura surgirem. Na instituição onde estiver atuando (seja ela pública, privada ou ligada ao terceiro setor), o estudante deverá ter o acompanhamento de um responsável local, também chamado de supervisor de campo.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

I Ateliê Encontros de Língua Portuguesa


Ateliê Encontros de Língua Portuguesa é uma iniciativa do Ateliê de Educadores e visa promover momentos de estudo sobre conteúdos de Língua Portuguesa, com foco na preparação para Concursos.

Na manhã do dia
19 de fevereiro de 2017, das 9h às 12h, realizaremos o I Ateliê Encontros de Língua Portuguesa que trará "Concordância nominal e verbal"como tema de estudo.

Quer participar?
Confirme o seu interesse e no dia doe dois quilos de alimento não-perecível.

Local: Espaço Colabora - Rua Carlos Gomes, 471 - Bairro José Bonifácio (Próximo da Procuradoria da Justiça)

Mais informações e inscrições CLIQUE AQUI.

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