segunda-feira, 3 de maio de 2010

A Educação em Comte

O pensamento pedagógico positivista consolidou a concepção burguesa da educação.

Auguste Comte é expoente máximo do positivismo. Ao estudar na escola politécnica de Paris, recebeu influência de intelectuais como: o matemático Joseph-Louis Lagrange (1736-1813) e o astrônomo Pierre Simon De Laplace (1749-1827).
Como secretário de Saint-Simon seguiu orientação para o estudo das ciências sociais e as idéias de que: os fenômenos sociais, assim como os físicos, podem ser reduzidos a leis; todo conhecimento científico e filosófico deve ter por finalidade o aperfeiçoamento moral e político da humanidade.


Curso de filosofia, composto de seis volumes e publicados entre 1830 e 1842 é sua principal obra;
Comte transforma Clotilde de Vaux, sua segunda esposa, em musa inspiradora de uma nova religião, cujas idéias estão reunidas na obra Política positiva ou Tratado de sociologia, instituindo a religião da humanidade (1851-1854).
Na segunda parte de sua vida, esforça-se por transformar a ciência em religião, assim como na primeira, procura transformar a ciência em filosofia. Combate o espírito religioso, mas acaba propondo a instituição da religião da humanidade para substituir a Igreja.


Algumas idéias de Comte:
+ A derrota do iluminismo e dos ideais revolucionários devia-se à ausência de concepções científicas. Por isso, a política tinha de ser uma ciência exata.
+ Uma verdadeira ciência deveria analisar todos os fenômenos, incluindo os humanos, como fatos. Necessitava ser uma ciência positiva. Tanto nas ciências naturais quanto nas humanas, dever-se-ia afastar qualquer preconceito ou pressuposto ideológico. A ciência precisava ser neutra.
+ Leis naturais, em harmonia, regeriam a sociedade.
+ A humanidade passou por três etapas sucessivas:
1. O estado teológico: no qual o homem explicava a natureza por agentes sobrenaturais;
2 O estado metafísico: no qual tudo se justificava por meio de noções abstratas como essência, substância, causalidade, dentre outros;
3. O estado positivo: o estado atual, onde se buscam as leis científicas.


Comte deduziu da Lei dos três estados o sistema educacional, afirmando que em cada homem as fases históricas se reproduziriam: Primeira fase – a aprendizagem não teria um caráter formal. Transformaria gradativamente o fetichismo natural inicial numa concepção abstrata do mundo; Segunda fase – a da adolescência e da juventude, o homem adentraria no estudo sistemático das ciências. Terceira fase – aos poucos o homem na idade madura chegaria ao estado positivo, passando do estado metafísico. Não mais abraçaria a religião de um Deus abstrato, enlaçaria a religião do Grande Ser, que é a humanidade. A educação formaria a solidariedade humana.


O que observar no pensamento de Comte?
* O positivismo representava a doutrina que consolidaria a ordem pública, desenvolvendo nas pessoas uma “sábia resignação” ao seu status quo. Nada de doutrinas críticas, destrutivas, subversivas, revolucionárias como as do iluminismo da Revolução francesa ou as do socialismo.
* A lei dos três estados não foi compatível com a evolução dos educandos: os educandos não seguiam uma previsão tão positiva: as crianças não imaginavam forças divinas para explicar o mundo, os jovens não se mostravam afeitos a abstrações metafísicas.
* O positivismo, cuja doutrina visava à substituição da manipulação mítica e mágica do real pela visão científica, acabou estabelecendo uma nova fé, a fé na ciência, que subordinou a imaginação científica à pura observação empírica. Seu lema sempre foi “ordem e progresso”. Acreditou que para progredir é preciso ordem e que a pior ordem é sempre melhor que qualquer desordem. Portanto, o positivismo tornou-se uma ideologia da ordem da resignação e, contraditoriamente, da estagnação social. (GADOTTI, 2001, p. 110)


REFERÊNCIA
GADOTTI, Moacir. História das idéias pedagógicas. 8. ed. São Paulo: Ática, 2001.

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