Um trabalho
acadêmico, a exemplo da monografia ou do artigo científico, exige o exercício
da autoria por parte do pesquisador. A autoria compreende o diálogo com estudiosos
num determinado assunto e com a realidade. Fruto desse diálogo, significa a habilidade de
apreciar o mundo e, a partir disso, expressar suas ideias.
Ao ser motivado a realizar uma pesquisa científica o estudante escolhe um tema e um problema bem delimitados e a partir disso adquire a oportunidade de aprofundar-se no tema, tornando-se um especialista no mesmo com possibilidades de oferecer contribuições teóricas e práticas. Quando, por algum motivo (1), o estudante abre mão da autoria e opta pelo plágio, pode imaginar que está enganando àquele quem apreciará a produção e possivelmente atribuirá um conceito ou nota, mas está primeiramente enganando a si mesmo, negando sua condição e rica oportunidade de compreender e (re)significar a realidade.
O plágio, intencional ou não, compreende a apropriação indevida de uma ideia, representando um equívoco de dimensão ética. Já imaginou você dedicar tempo de estudo para desenvolver um pensamento ou produto qualquer, vir outra pessoa e assumir a autoria de sua criação? Qual seria o seu sentimento?
Para evitar o plágio, tão comum em tempos de "control c + contro V", mas passível de punições acadêmicas ou até legais (2), é preciso sempre dar crédito aos autores das ideias que mencionarmos em nossos textos e, para isso, podemos realizar citações ou parafrasear os textos utilizados nas revisões de literatura. Nesse sentido, Kirkpatrick
(2001) diz-nos que citação, paráfrase e resumo são palavras que devemos
conhecer, para alcançar uma escrita que dialoga, se faz autora e respeita a
produção intelectual de outros autores. Para o referido autor, citação é:
(...) uma
cópia palavra por palavra do que alguém disse ou escreveu. Em um escrito, uma
passagem citada é indicada pelo acréscimo de aspas no início e no fim da
citação ou, se a citação for longa, pela sua colocação em um parágrafo separado
do texto principal e recuado (...)
(...) Numa
paráfrase, você reformula com suas próprias palavras algo que sua fonte disse.
Muitas redações são quase integralmente paráfrases. Um propósito de se parafrasear,
ao invés de citar, é colocar algo em palavras que sua audiência irá compreender
(...)
(...) Assim
como a paráfrase, o resumo de uma fonte é feito com suas próprias palavras, mas
um resumo é consideravelmente mais curto e não segue a fonte tão de perto quanto
a paráfrase. Novamente, você deve referenciar a fonte do resumo. (KIRKPATRICK, 2001,
p. 1)
Em todos esses
recursos, como afirma Kirkpatrick
(2001), a autoria precisa ser referenciada, evitando portanto
o plágio. Para isso, é bom conhecermos as normas Associação Brasileira de
Normas e Técnicas (ABNT) para citações em documentos, a NBR 10520. Nela, temos
acesso a definições de vários tipos de citações, regras gerais de apresentação,
dentre outros.
Notas:
(1) Para Panter (2015), seriam algumas razões para o estudante recorre ao plágio quando se sente pressionado a publicar, impulsionado por desejo de reconhecimento ou progressão na
carreira ou tem dificuldade para expressar ideias complexas em suas
próprias palavras. Já Kirkpatrick (2001)aponta como razão, a "Tentação
para jovens que sabem escrever, mas que têm pouco tempo para isso ou não têm
uma boa ideia para desenvolver um assunto e não desejam obter nota baixa."
(2) Krokoscz
(2011), expõe as seguintes considerações a respeito do plágio na legislação brasileira:
Lei n. 9.610/1998: trata dos direitos autorais e considera contrafação
a reprodução não autorizada de uma obra, “estando os infratores sujeitos às sanções
civis e penais cabíveis”; Código Penal, artigo 184: trata dos Crimes Contra a Propriedade Intelectual e
“traz o seguinte teor: Violar direito autoral: Pena – detenção, de 3 (três)
meses a 1 (um) ano, ou multa”.
Panter (2005) aponta algumas consequências
do plágio para o pesquisador: diminuição da credibilidade como pesquisador; rejeições
de artigos ou retrações de revistas científicas; perda de títulos; demissão de
uma universidade ou instituição de pesquisa.
Referências
Referências
PANTER,
Michaela. Em
suas próprias palavras: melhores práticas para evitar o plágio.
Disponível em: < https://goo.gl/1Ou9w6>. Acesso em: 18 Set. 2015.
KIRKPATRICK,
Ken. Evitando plágio. Disponível
em: . Acesso em: 18 Set. 2015.
KROKOSCZ,
Marcelo. Abordagem do plágio nas três melhores universidades de cada um dos
cinco continentes e do Brasil. Disponível
em: . Acesso em 18
Set. 2015.
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