sábado, 12 de março de 2011

Dom Antônio de Almeida Lustosa: 125 anos de nascimento em 2011!

Aproximando-se o aniversário de um ano do Ateliê de Educadores não podia deixar de mencionar um autor que me fascina toda vez que leio alguns de seus textos: Dom Antônio de Almeida Lustosa.

Mineiro de São Del Rei, Dom Lustosa nasceu no dia 11 de fevereiro de 1886. Educador Salesiano, ainda jovem foi nomeado bispo (1925), dirigindo as dioceses de Uberaba (1925 a 1928), Corumbá (1928 a 1931) e Belém (1931 a 1941) e a arquidiocese de Fortaleza (1941 a 1963). Faleceu em 14 de agosto de 1974, na cidade de Carpina - Pernambuco.

Por meio de alguns relatos orais e escritos soubemos do engajamento de Dom Lustosa na formação religiosa e em questões sociais. Provavelmente, estes aspectos foram uns dos grandes motivos para suas produções, publicadas em jornais e eventualmente reunidas em livros.

Dom Lustosa foi um homem de muitas ações nos campos da espiritualidade, da educação, da saúde, dentre outros. Sacerdote, educador, pesquisador, escritor, artista plástico, autor de músicas foram algumas de suas facetas, mas a memória dos que conviveram com ele e demais registros históricos podem nos informar muito mais.

Dom Lustosa escrevia permanentemente vários gêneros textuais, especialmente contos, orações, crônicas e biografias. Tendo acesso à imprensa religiosa e laica publicou crônicas em diversos periódicos, especialmente no jornal O Nordeste, de tradição católica (Fortaleza – Ceará). Muitos desses artigos foram publicados novamente em dois volumes de um livro de título "Respingando".

Eis, a seguir, um destes textos:

CUIDADO COM O GRISU
Nas minas de carvão, por vezes, aparece uma pequena nuvem esbranquiçada de um gás a que chamam grisu. Trata-se de uma das numerosas combinações do hidrogênio com o carbono.

Os operários que trabalham nessas minas têm grande cuidado para evitar a explosão do grisu, pois e muito inflamável.

Acender um fósforo no interior dessas minas pode ocasionar um desastre pavoroso.

Há temperamentos eminentemente inflamáveis. Uma fagulha pode provocar neles um incêndio como nas minas. A providência a tomar, a fim de evitar a explosão, é arejar a mina para que a nuvem de grisu se difunda na atmosfera.

Aquele amigo precisa também dissipar seu mau humor, a fim de se não inflamar ao contacto de qualquer atrito.(LUSTOSA, s/d, p. 30).

Em contato com algumas pessoas que conviveram com Dom Lustosa, soube que seus textos eram reconhecidos socialmente a tal ponto de serem publicados num livro de nome “Crestomatia”, recurso didático adotado em escolas brasileiras visando o conhecimento da língua portuguesa.

CRESTOMATIA, segundo seu organizador, Radagasio Taborda (1936, pp.10-11), era um compêndio voltado para a aprendizagem da nova ortografia firmada pelas Academia Brasileira de Letras e das Ciências de Lisboa e sancionada por Getúlio Vargas por meio do decreto n 20.108, de 15 de junho de 1932. Reunindo textos em prosa e verso de autores renomados como José de Alencar, Olavo Bilac, Bocage, Camões e Machado de Assis, recomendava-se sua leitura atenta, sob a direção “esclarecida” do professor, para uma análise e interpretação dos textos como meio mais adequado para a transmissão ao conhecimento da língua culta.

No dia 11 de fevereiro de 2011 comemoramos 125 anos do nascimento de Dom Antônio de Almeida Lustosa. O Ateliê de Educadores orgulhasse de falar um pouco sobre este intelectual porque compreende a relevância ainda hoje de boa parte de sua produção.

Que ideias e ações de Dom Lustosa sirvam de inspiração para todos nós!

Referências
LUSTOSA, Antônio de Almeida. Respingando. 2˚ Volume. Imprensa Universitária do Ceará: Fortaleza, s/d.
TABORDA, Radagasio. Crestomatia: excerptos escolhidos em prosa e verso – Dos melhores escritores brasileiros e portugueses. 6. ed. Edição da Livraria do Globo: Porto Alegre, 1936.

Conheça um pouco mais Dom Antônio de Almeida Lustosa

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