A inserção no campo de
observação é um momento em que podemos conhecer o real espaço de atuação do
educador. Como afirmamos anteriormente, é oportunidade sem igual para que o
estudante perceba como funciona a relação teoria e prática, conheça a realidade
escolar e seus principais desafios. Mas para tornar essa vivência um momento de
rico de formação o estudante precisa sistematizar, sob a orientação do
professor da disciplina Pesquisa e prática pedagógica, seu plano de ação
pedagógica. Ele é o primeiro subsídio a ser elaborado pelo estudante antes de
entrar em campo. No que resultará um trabalho de campo sem o devido
planejamento? Sem ter clareza quanto aos objetivos? Sem saber o que irá
realizar e quando?
O plano de estágio é um
instrumento que permite a transparência sobre as funções, responsabilidades
atribuídas durante o trabalho de campo. Nele, o estudante informa tudo o que
realizará durante sua presença no campo. Procuremos, portanto, conhecer os
componentes desse plano: identificação, justificativa, objetivos,
caracterização da atividade de campo, fundamentação teórica, metodologia e atividades
previstas, cronograma estratégias de avaliação e referências.
A identificação reunirá informações tais como: nome do estudante,
número de matrícula, nome do curso, nome do professor orientador, nome do
supervisor na unidade onde a atividade de campo será realizada, carga horária
da atividade de campo, data de início e término da atividade.
Na justificativa se apresentam as razões para a realização da
atividade de campo, refletindo sobre o significado dessa vivência para a
formação acadêmica e profissional.
Os objetivos estão diretamente relacionados às atividades dispostas na
caracterização da atividade de campo. Neles o estudante define suas metas ao
realizar a atividade de campo.
A caracterização da atividade de campo compreende a relação das competências
a serem desenvolvidas pelo estudante durante a atividade de campo, tais como:
análise do contexto da instituição escolhida; apanhado de dados do cotidiano
escolar como questões disciplinares, relação aluno-professor, metodologia de
ensino, processos de avaliação, arquitetura escolar, dentre outros; observação
do dia a dia da gestão, dando suporte a atividades específicas; levantamento de
problemas enfrentados pela escola, especialmente que interferem no processo de
aprendizagem; elaboração de plano de intervenção.
Na fundamentação teórica o estudante mencionará os conceitos e
respectivos autores que servirão como referência durante a realização da
atividade de campo. Os referenciais permitem uma leitura mais crítica da
realidade. No diálogo com eles podemos adquirir a habilidade de perceber as
nuances dos problemas que forem identificados no ambiente educacional, realizar
leitura crítica e vislumbrar possíveis meios de superação.
A metodologia é delineada pelo estudante como meio para alcançar os
objetivos propostos. Nesse sentido, visando a coleta de dados, o estudante
poderá realizar entrevistas com integrantes do ambiente escolar, realizar
visitas programadas às dependências do ambiente escolar, realizar atividade de observação
do ambiente físico, das ações de gestão, docentes e eventos educacionais,
analisar o projeto político pedagógico, regimento da escola e planos de ensino
e de aula, dentre outros.
No cronograma o estudante relaciona as atividades a serem
desenvolvidas, atrelando-as ao tempo em que serão realizadas.
Em estratégias de avaliação o estudante descreverá como se dará a
avaliação de sua atividade de campo. Alguns itens podem ser considerados, tais
como: frequência, realização satisfatória das atividades previstas; entrega do
relatório final da atividade de campo.
O último item do plano de
ação é a referência, que compreende
o conjunto de informações das fontes que serão utilizadas como fundamentação
teórica para a vivência.
O plano de ação será
desenvolvido pelo estudante com a aprovação do professor orientador. Durante a
atividade de campo, o estudante manterá diálogo permanente com o professor
orientador, discutindo aspectos do plano, pontos positivos e dificuldades que
por ventura surgirem. Na instituição onde estiver atuando (seja ela pública,
privada ou ligada ao terceiro setor), o estudante deverá ter o acompanhamento
de um responsável local, também chamado de supervisor de campo.
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