Os homens são seres condicionados: tudo aquilo
com o qual eles entram em contato torna-se imediatamente uma condição de sua
existência. A existência humana seria impossível sem as coisas, e estas seriam
um amontoado de artigos incoerentes, um não-mundo, se esses artigos não fossem
condicionantes da existência humana.
O “trabalho” refere-se ao ciclo vital dos
homens e diz respeito àquilo que é próprio do animal laborans. A
“obra” trata da mundanidade artificial e está associada à condição do homo
faber. Por fim, a “ação” é a mediação da vida política e corresponde à
condição humana da pluralidade.
Política
= ação e processo = conquista da liberdade.
O homem só pode assumir a sua condição humana
se exercer tudo o que é seu por direito, ou seja, se conjugar a vita activa e a
contemplativa. A dissociação dessas duas esferas, que são humanas por
excelência, nos mostra homens incapazes de agir e refletir, que produziram
sociedades incapazes de agir e refletir, sociedades onde só se cumpriam ordens.
A preservação da liberdade só é possível se as
instituições pós-revolucionárias interiorizarem e mantiverem vivas as idéias
revolucionárias.
Os homens perderam
o poder de julgar no meio de um grupo sobre a realidade do mundo. Por outro
lado, existe uma supressão dos regimes totalitários que visam benefícios para
poucos.
A via totalitária depende da banalização do
terror, da manipulação das massas, do acriticismo face à mensagem do poder. A
ação coercitiva e violenta do Estado totalitário, tende a supressão da
diversidade e da subjetividade, bem como a negação dos mais elementares
direitos humanos.
Os homens ganham excelência na atividade de
trabalho e perdem em capacidade de discurso e de ação, o que coloca o problema
da despolitização dos sujeitos e do crescente pragmatismo e instrumentalização
do mundo. Com a redução do espaço público como espaço de ação, tem-se o
predomínio do animal laborans e do homo faber sobre
o zoonpolitikon.
0 comentários:
Postar um comentário