sábado, 5 de outubro de 2019

UMAS DICAS PARA ANALISAR ARTIGOS PARA O SEU TCC

Neste vídeo, orientado como analisar artigos científicos para que você tenha um conhecimento maior sobre o assunto que deseja investigar e consiga ter boas ideias para sua pesquisa.
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Fonte:
https://youtu.be/8oxUuJMJ_3E

quarta-feira, 10 de abril de 2019

MORTE ENCEFÁLICA E DOAÇÃO DE ÓRGÃOS



No Brasil, a questão dos transplantes se constitui hoje uma política de Estado, não de governo. Nesse sentido, percebe-se que nas últimas décadas tem sido tratada com atenção pelo Estado. Sendo hoje responsável por 96% dos transplantes no país, tornou-se um dos maiores sistemas públicos no mundo em termos de números de transplantes realizados e pagos pelo poder público. Conforme dados do Ministério da Saúde, de 2008 a 2018, o orçamento mais que dobrou, passando de R$ 453,3 milhões para R$1,036 bilhões. Como maior programa público de transplantes do mundo, é integrado por 27 centrais estaduais de transplantes, 504 centros de transplantes, 851 serviços habilitados, 1.157 equipes de transplante, 72 organizações de procura por órgãos, 574 comissões intra-hospitalares de doações e transplantes e 13 câmaras técnicas nacionais. A estrutura do Sistema Nacional de Transplantes se encontra presente em todo o território nacional (BRASIL, 2018).
O número de doação de órgãos em nosso país se encontra bem abaixo do necessário, mas percebe-se lento crescimento de adesão nesse sentido. Em março de 2018, conforme dados expostos pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos - ABTO (2018), tínhamos 32.686 brasileiros aguardando algum tipo de transplante, sem considerar uma demanda oculta, isto é, pessoas que deveriam ser encaminhadas para transplante e desconhecem isso. Diante do aumento da expectativa de vida e dos avanços na medicina, a tendência de crescimento da demanda por doações.
De acordo com Cajado (2017), um dos fatores que contribuem para o reduzido número de doação de órgãos é a recusa das famílias em relação à doação de órgãos daqueles parentes que entram em óbito. O referido autor aponta que a recusa familiar tem como justificada fatores tais: dificuldades de entendimento a respeito da morte encefálica, definida por coma aperceptivo, com ausência de resposta motora supraespinhal e apneia; condução inadequada da entrevista familiar; pouca ou nenhuma informação da população quanto ao tema; falta de conhecimento a respeito do desejo do paciente epor ocasião da assistência hospitalar. Esta recusa, no ano de 2018, teve uma média de 42% no Brasil. (BRASIL, 2018). Diante disso, é preciso que haja um sentimento de confiança por parte das famílias, que se saiba de fato o que é a morte encefálica (ME), compreendendo que este é um processo irreversível. Além disso, a família deve ser bem acolhida, uma vez a morte provoca uma forte emoção por parte dos familiares.
Westphal et al. (2016, p. 222), definem a ME como sendo a perda irreversível de todas as funções encefálicas, incluindo as funções de tronco encefálico. Para eles, para que se determine a morte encefálica é preciso confirmar a perda da consciência, reflexos de tronco encefálico e da capacidade para respirar, sem possibilidade de recuperação.
O protocolo que o Ministério da saúde exige para que não se tenha dúvida quando à ME é que sejam realizados alguns exames clínicos e adicionais, especialmente a arteriografia cerebral, exame que consegue investigar se o sangue chega ao encéfalo, parte superior do cérebro e responsável pelas nossas funções vitais tais como respiração, batimentos cardíacos. Com a morte encefálica o cérebro para de funcionar, não tem mais nenhum reflexo. Parte do corpo pode continuar a funcionar, mas com a sequência de eventos enfrentados pelo doente, conduzirá à paralização definitiva do restante do organismo (CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, 2018).
Profissionais de saúde, especialmente médicos e enfermeiros, que atuam junto a pacientes em estados graves que trabalham em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) ou prontos socorros, devem realizar diagnósticos que identifiquem possibilidades de morte cerebral, para que as secretarias possam ser notificadas e essas entrem em contato com as famílias dos potenciais doadores e seja apresentada essa alternativa que possa beneficiar outras pessoas. O Conselho Federal de Medicina (CFM) exige uma equipe seja definida para a devida avaliação de morte encefálica durante vários dias. Por esse motivo, o processo de diagnóstico é longo e antes que haja comprovação de todos os resultados, não é correto afirmar que houve óbito. Nesse sentido, é fundamental compreender que a morte definitiva acontece quando cessam todas as funções do organismo (CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, 2018).
De acordo com Gois et al. (2017), são raros os estudos empenhados em identificar fatores que são indispensáveis oferecer subsídios aos profissionais e gestores de saúde no planejamento de ações que visem o aprimoramento do desempenho da doação de órgãos, o que poderia reduzir as filas de pessoas à espera de um transplante. Nessa perspectiva, a habilidade de transformar um paciente com ME num efetivo doador de órgãos seria um fundamental indicador de qualidade deste processo.

REFERÊNCIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS - ABTO. Dados numéricos da doação de órgãos e transplantes realizados por estado e instituição no período: janeiro / março, 2018. Registro Brasileiro de Transplantes, 2018. Disponível em: http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/RBT/2018/rbt2018.pdf
Acesso em: 05 abr. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Espalhe amor. Doe órgãos. Para ser um doador, avise a sua família. 2018. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/setembro/27/Espalhe-amor-doe-orgaos.pdf. Acesso em: 02 abr. 2019.

CAJADO, Maria Constança Velloso. Experiências de familiares diante da possibilidade de doar órgãos e tecidos para transplantes. Disponível em: encurtador.com.br/enRSW. Acesso em: 08 abr. 2019.

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Morte Encefálica e Doação de Órgãos. Porto Alegre: CREMERS, 2018.

WESTPHAL, Glauco Adrieno et al. Diretrizes para avaliação e validação do potencial doador de órgãos em morte encefálica. Rev Bras Ter Intensiva, v. 28, n. 3, p. 220-255, 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v28n3/0103-507X-rbti-28-03-0220.pdf. Acesso em: 07 abr. 2019.


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